A estatura espiritual de um crente é determinada pelas suas orações. O
pastor ou crente que não ora está se desviando. O púlpito pode ser uma vitrine
onde o pregador exibe seus talentos. Mas no aposento da oração não temos como
dar um jeito de aparecer.
Embora a igreja seja pobre sob muitos aspectos, é mais pobre ainda na
questão da oração. Contamos com muitas pessoas que sabem organizar, mas poucas
dispostas a agonizar; muitas que contribuem, mas poucas que oram; muitos
pastores, mas pouco fervor; muitos temores, mas poucas lágrimas; muitas que
interferem, mas poucas que intercedem; muitas que escrevem, poucas que
combatem. Se fracassarmos na oração, fracassaremos em todas as frentes de
batalha.
Os dois requisitos para se ter uma vida cristã vitoriosa são visão e
fervor. Ambos nascem da oração e dela se nutrem. O ministério da pregação é de
poucos; o da oração — a mais importante de todas as atividades humanas — está
aberta a todos. Porém, as “criancinhas” espirituais comentam sem o menor
constrangimento: “Hoje, não vou à igreja. É dia de reunião de oração”.
“Quem se entrega ao
pecado
para de orar,
mas aquele que ora
para de pecar.”
É bem possível que Satanás não tema grande parte das pregações de hoje.
Mas a experiência do passado leva-o a arregimentar todo o seu exército infernal
para lutar contra o crente que ora. Os crentes de hoje não têm muito
conhecimento da prática espiritual de “ligar e desligar”, embora essa
responsabilidade nos tenha sido delegada por Deus: “O que (tu) ligares na
terra..”. Você tem feito isso? Deus não desperdiça seu poder. Se quisermos ser
poderosos na obra dele, temos que ser poderosos com ele.
O mundo está marchando para o inferno a um ritmo tão rápido que, se
comparado aos modernos aviões supersônicos, estes pareceriam tartarugas. E, no
entanto, para vergonha nossa, nem recordamos quando foi a última vez que
passamos uma noite toda em oração a Deus, suplicando-lhe que derrame sobre nós
um avivamento que abale o mundo. Não temos compaixão pelas almas. Estamos
pensando que os andaimes são o prédio. As pregações de hoje, com sua falha
interpretação das verdades bíblicas, nos levam a confundir agitação com unção,
e comoção com avivamento.
O segredo da oração é orar em secreto. Quem se entrega ao pecado para de
orar. Mas aquele que ora para de pecar. O fato é que somos pobres, mas não
humildes de espírito.
A oração é profundamente simples, e ao mesmo tempo profunda. “É uma
forma de expressão tão simples que até uma criancinha pode exercitá-la”. Mas é
igualmente tão sublime que ultrapassa os recursos da linguagem humana, e esgota
seu vocabulário. Lançar diante de Deus uma torrente de palavras não irá necessariamente
impressioná-lo ou comovê-lo. Uma das mais significativas orações do Velho
Testamento foi feita por uma pessoa que não pronunciou palavras: “Seus lábios
se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma”. (1Sm 1.13). De fato ela não
tinha grandes dons de oratória. Sem dúvida existem “gemidos inexprimíveis”.
“A oração é para
o crente o que o capital
é para um homem de
negócios.”
Será que nos encontramos num padrão tão inferior ao dos cristãos
neotestamentários que não possuímos mais a fé dos nossos antepassados (com
todas as suas realizações e implicações), mas somente a fé emocional de nossos
contemporâneos? A oração é para o crente o que o capital é para um homem de
negócios. Não se pode negar que a maior preocupação da igreja hoje são as
finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as igrejas modernas era
o que menos perturbava a do Novo Testamento. Hoje damos mais ênfase à
contribuição; eles a davam à oração.
Em nossos dias são muito poucos os que estão dispostos a assumir a
responsabilidade de orar inspirados pelo Espírito, e para esse tipo de oração não
há substitutos.
Temos que orar, senão pereceremos!
Leonard Havenhill
Extraído do Blog - Pérolas do Evangelho
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